domingo, 19 de junho de 2011

Parabéns minha gatinha



HOMENAGEM AO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Entre os perfumes, és a melhor fragrância          De Deus foi a escolhida
Das flores a mais bonita e atraente                     A virgem imaculada
Das jóias, a mais rara beleza                               A mãe do filho do criador
Das paixões, a mais forte e eloqüente                 Por ter a verdade aceitada  
Dos desejos, aquele que envenena a alma         Idolatrada pelos antigos 
Dos homens mais temidos e inocentes               Hoje, por muitos respeitada

Na matemática,o produto notável                       Símbolo máximo de uma família    
Na historia, a mais bela sereia                            Sexo frágil para os machistas
Uma das sete belas artes                                    Parabéns a todas vocês
Se bronzeando com o sol na areia                      Da ingênua a feminista
Na ciência és inclonável                                      Sem você não haveria vida
Na química, luz que incendeia                             De onde gerou muitos artistas

Na religião, Deusa eterna                                    Seja de qualquer classe social  
Na arte, consagração                                           Raça, cor ou religião
Na geografia, a mais bela paisagem                    Dignas de serem felizes
No meu cordel ,a imaginação                               Em qualquer local e ocasião
Na língua portuguesa és o verbo                         Nunca serás esquecida
Na literatura, minha inspiração                             Antônimo de solidão    

Das carícias, a tua se torna eterna                       Esta data é singular                  
Da beleza ,sem comparação                                Com júbilo e grande louvor
Descobre todos os nossos segredos                    Do homem, fiel companheira
Pobre do homem que por ti sente paixão             Enquanto dura o amor
Torna-se escravo das tuas artimanhas                Inspiração de grandes poetas
É acorrentado pelo coração                                 O sonho que nunca acabou 

O mundo reconhece                                             Parabéns mais uma vez
A tua infinita realeza                                             Nesta data tão querida 
Em tudo que faz é obra prima                              Muitas conquistas e felicidades
A mídia te consagrou globeleza                           Dando preferência à vida
Seja no comercial de sandálias                           Que os anjos digam amém
Ou propaganda de cerveja                                  Ao nascer e na despedida    

Estás ocupando todos os espaços                      Na beleza de um arco-íris   
Pois os direitos são iguais                                   No vai e vêm da maré
Quero ver uma mulher presidente                       No canto do Uirapuru 
Espere só um pouco mais                                   Nas águas do igarapé
Competência elas tem de sobra                          Em toda beleza da natureza
Elegância vai sobrar demais                                Está presente uma mulher 

Autor: MOACI C. SILVA
XINGUARA-PARÁ

TRABALHO ESCRAVO,NEM PENSAR






TRABALHO ESCRAVO

Começo aqui uma história
Sonhando um dia tudo acabar
Todos felizes em seus lares
Essa luta não pode parar
É a triste vida no campo
Sudeste, Nordeste e Sul do Pará.

Vamos fazer aqui uma corrente
Essa causa vamos abraçar
Será que ainda existe alguém
Que ainda não ouviu falar
Deste assunto intitulado
“Trabalho Escravo Nem Pensar”

O nosso povo brasileiro
Tem um pé na senzala outro na taba
Com toda influência do branco
Que explorou tudo sem deixar nada
Nesse país do futebol
A escravidão da goleada

O latifúndio é a maior herança
Dessa cruel colonização
É nessa grande propriedade
O centro desta discussão
Pois é no campo que acontece
A pior de toda escravidão

Não quero tapar o sol com a peneira
Nem tão pouco aparecer
Nem todo fazendeiro é o lobo mal
E todo trabalhador é pra sofrer
Nem todo trabalho é degradante
Sem ele ninguém consegue viver

É em torno desse problema
Que talvez não há solução
E se ele for amenizado
Será que tenho razão
No final quero saber
É importante a sua opinião

Você conhece algum trabalhador
Que já foi escravo um dia
Que tenha sido numa fazenda
Ou numa carvoaria
Talvez num canavial
Ou que seja bóia-fria

Mostrarei de forma clara
Como é que tudo acontece
Quando se trata do meio rural
As coisas não são como parece
O lucro é de forma selvagem
E só os pequenos que padecem

A luta é de todos nós
É sofrimento de muita gente
E quando envolve criança
Mulheres e adolescente
O mais triste é morrer cidadão
E ser enterrado com indigente
                                                                      
A cada dia se renova
É uma luta incessante
Enquanto muitos são libertados
Outros são presos no mesmo instante
Existem casos suportáveis
Em outros aterrorizantes

Podemos pensar assim
Todo trabalho é escravizante
Existe apenas uma diferença
Que de todas é a mais agravante
Trabalho escravo é aquele
Que a condição é degradante

Em nosso país há tantos problemas
Que vão além dos horizontes
Corrupção virou cultura
O tráfico é aterrorizante
De todos o trabalho escravo
Torna-se o mais relevante

Esta prática é inaceitável
Seja de qualquer maneira
O objetivo é o lucro fácil
Passa sem deixar poeira
Faz vítimas de todas as idades
Esse negócio não tem fronteira

No governo do FHC
Veio então o conhecimento
Depois de tantas denúncias
Maior ainda era o tormento
Agora no governo LULA
É prioridade no momento

Por mais que haja medidas
Para impedir a escravidão
A bancada ruralista
Sempre está de prontidão
Quando a pauta no congresso é terra
O voto deles sempre é NÃO

No Brasil são dezoitos estados
Onde o trabalho escravo é notícia
Denúncias que não tem fim
E mais trabalho para a polícia
Pra nossa maior surpresa
O Pará é o recordista

As atividades destes estados
É a pecuária soja e o algodão
Assim estão espalhados
Mato Grosso, Tocantins, Minas gerais e Maranhão
 Rio de janeiro, Bahia, Rondônia e Piauí.
 Sendo o Pará o campeão
                                 
No final da década de 80
Com a nova constituição federal
A terra passou a ser de todos
Legitimamente direito legal
Entraram em ação os personagens
O grande latifundiário e o trabalhador rural
                                                                                                                                
 Todo fazendeiro julga
Que seu agronegócio é fundamental
Aumenta as exportações
E o superávit da balança comercial
Seu empreendimento gera trabalho
Tudo pra ele é natural

Mais o que existe de real
É a escravidão de muita gente
O latifundiário só vê
É progresso na sua frente
Destrói florestas e animais
Violando leis trabalhistas vigentes

Sabemos que em nosso país
Quem manda é a classe empresarial
Há também a grande influencia do
Banqueiro internacional
Chega aqui com os seus dólares
Comprando tudo se achando o tal


Pra ele não existe problema
Só pensa no dinheiro investido
Não quer saber das conseqüências
No que é correspondido
Está de olho no futuro
Do lucro que é garantido

Vou agora relatar os caminhos da escravidão
Onde a seca e a falta de terra
É o foco dessa questão
Levando muitos trabalhadores
Deixando seus grandes amores
Indo direto para a prisão

Um dia em sua humilde casinha
Chega um certo cidadão
Com promessas mirabolantes
Já que o dinheiro é a solução
Prometendo mundos e fundos
Escondendo toda a razão

Lá ele é aliciado
Por um gato disfarçado
Espalha na vizinhança inteira
Que encontrou o seu “Eldorado”
Mal sabe o pobre homem
Que vai sofrer sem ter pecado

O problema assim se duplica
Veja o mal que o gato faz
Deixa uma família abandonada
Deixando os filhos sem o pai
E o trabalhador que ele leva
Não sabe se volta mais

Tanto a esposa como ele
Precisam de proteção
Ela vai pra casa da mãe
Ele sai sem direção
Restando apenas a incerteza
E esperança no coração

A esposa tenta contato
Liga ao estabelecimento
Quer notícias do marido
Minimizar seu sofrimento
Logo é ameaçada
Começar ai o seu tormento


O sonho de todo trabalhador
É ter um lugar para trabalhar
Que seja digno do seu trabalho
Que possa lhe sustentar
Poder visitar a família
Que depois possa retornar

Outros vão espontaneamente
Com coragem e disposição
Muitos chegam ao destino de vans
A maioria de caminhão
Todos com os mesmos objetivos
Trabalhar para ganhar o pão

Às vezes saem de noite
Vejam a estratégia do gato
Dentro de um caminhão
Como frangos dentro de um saco
Quando o dia amanhece
De todo lado só existe mato

Ele sabe de onde veio
Mas não sabe onde está
A saída que lhe resta
Agora é só trabalhar
Quem trabalha Deus ajuda
Pensando assim pode aliviar
 
Só que este pão meus amigos
É aquele que o diabo amassou
Desculpe-me esta expressão
Com ódio eu também estou
Trabalhando sem receber
Nas mãos do pior opressor

Primeira parada no hotel pioneiro
A famosa pensão de comida
Onde é bem recebido
E pago todas as suas dívidas
Tudo por conta do gato
Vejam só que” boa vida”

Na pensão ele tem de tudo
Atendimento diferenciado
Com direito a uma Prostituta
Ele se acha o rei do gado
Quando chega ao destino certo
Ele está todo endividado


O coitado nem dorme direito
Passa a noite toda sonhando
Sonha pagando suas dívidas
E muito dinheiro sobrando
Ele acordaria do sonho
Se soubesse o que está lhe esperando

Quando chegam à fazenda
Todo mundo acabrunhado
Dependendo a hora que chega
Vão direto para o roçado
Agora sua vida depende
Do gato que está do seu lado

Recebe todas as ferramentas
Sabendo que está devendo
Desde o sal a butina que calça
E tudo que vai comendo
Quando chega no acerto das contas
Não acredita no que está vendo

Quando finda o primeiro mês
Ele já se sente doente
O serviço não acaba mais
As promessas não lhe saem da mente
Ele começar a refletir
Na minha casa eu não tinha nada, mas eu era visto como gente.

Agora não tem mais saída
É forçado a trabalhar
Tem que pagar tudo que deve
Até o dia que agüentar
Tornando-se assim um escravo
E agora quem vai lhe ajudar

Sua nova rotina de vida
É com os animais no pasto
Bebendo a mesma água do boi
Dividindo às vezes o mesmo espaço
A cada dia que se aproxima
Sua vida diminui um passo

Passa a dormir num barracão
A falta de higiene é total
Em condições subumanas
Tudo longe do real
Se contrair alguma doença
Já sabemos o seu final

De agora em diante o trabalhador
O dia e a noite é vigiado
Comparado com um ladrão
Se ele é quem foi roubado
Onde estão os seus direitos
De qual crime ele é culpado

A chance de fugir é mínima
Pode ser morto e lá mesmo enterrado
Sem proteção de ninguém
Correr pode mais pra que lado
A esperança é só em Deus
De algum dia ser libertado

Você já se sentiu preso
Sem ter feito pra merecer
Em vez de pedir os seus direitos
Sai correndo é pra não morrer
Assim se sente um trabalhador
E ninguém pode lhe socorrer

Sua vida vira um tormento
Seu corpo perde a vontade
Quem é escravo do trabalho
Não existe dignidade
O mundo fica sem sentido
Vivendo sem liberdade

Se tentar fugir sabemos o fim
Se for encontrado não volta mais
Lá mesmo na própria fazenda é morto pelo capataz
Às vezes por muita sorte
Tendo se livrado da morte
Vira notícia de jornais
                                                                                                                                                                                  
As ONGS sempre se destacaram
A mídia nunca fica atrás
Uma notícia nesse sentido
O mundo inteiro corre atrás
Agora vamos destacar
Os movimentos sociais

Em meados da década de 70
Em plena ditadura militar
Os movimentos de libertação
Começaram a se manifestar
A Igreja católica sendo a primeira
O seu espaço foi ocupar

Dentro deste contexto
O Brasil viu ela nascer
Como símbolo de liberdade
Voando pra socorrer
Veio surgindo a Pastoral da Terra
A atual CPT

Mais tarde surge outra raiz
Polêmica desde a sua criação
É a mais velha vanguarda
O MST em ação
Independente de seus métodos
O sonho é ter um pedaço de chão

Como em todo e qualquer movimento
Sempre tem um pé de confusão
O MST já foi notícia no rádio e televisão
Já envolveu líderes e inocentes
Sujou o nome de muita gente
Havendo morte e muita prisão

Quero agora abordar
Como trabalha a educação
Nesse país de desigualdades
Nem tudo é escravidão
Pense agora um pouquinho
Será que eu tenho razão
 
Pois se todos os problemas
Fossem de cunho educacional
Já teríamos a solução
Ajuda internacional
Infelizmente um país se promove
Quando outro está indo mal

O governo federal
Não vive só de braços cruzados
Criou o famoso PRONERA
Para os jovens já assentados
Em busca do índice de analfabetismo
Já houve um grande resultado

Eu não poderia esquecer
Do nosso atual governo
Sua história e comovente
Ele também já venceu o medo
É um grande trabalhador
Na luta ele perdeu um dedo


Parabenizo o seu trabalho
E seus programas sociais
Sempre foi sua bandeira
Lutar por seus ideais
Contra tudo que é roubalheira
E atos inconstitucionais
                                                                                                                                                             
Material didático de qualidade
Cada coisa no seu canto
Não é de primeiro mundo
Também não precisa tanto
Simplesmente tudo adequado
À realidade do campo

Todos sabemos que sozinho
O governo não trabalharia
O PRONERA saiu na frente
Todos sonhavam com esse dia
Trinta universidades públicas
A sua grande parceria

Também existe o CONATRAE        
Com uma grande missão
Com mais de vinte entidades
Subordinadas na mesma questão
Há controvérsias no seu trabalho
O que importa é a intenção

Já que do lado do fazendeiro
Pouco tem lhe prejudicado
Topa tudo por dinheiro
Sempre em defesa do gado
Raramente perde uma questão
E tem os melhores advogados

No campo da repressão
Existem idéias mais consistentes
Se o fazendeiro infligir a lei
Não terá crédito nem pra semente
Assim sem incentivo fiscal
Ele pense diferente

Mais será que a justiça
È justa apenas no nome
Sabemos que o fazendeiro
Faz o que pensa e não se esconde
Grande é sua influência
E pelos seus crimes não responde


Muita coisa já foi feita
Em virtude desta questão
Vou falar da LISTA SUJA
Criada pela fiscalização
Depois que tudo for confirmado
Terá uma penalização

O problema e que a necessidade
É quem está sempre presente
Para ela não se pensa em lei
Quando a pessoa é o inocente
Depois de serem libertadas
Elas voltam novamente

O dinheiro só da pra comer
Mais ainda está doente
A família é muito grande
Não satisfaz toda essa gente
Quando ele olha e não tem nada
Tem um gato na sua frente
 
Quando o infrator precisar
De um empréstimo ou financiamento
Seu crédito não existirá
Pelo crime no seu estabelecimento
Seu nome vai para a lista suja
Sem direito a questionamento

Nas primeiras listas sujas
Do governo federal
Onde mostram as fazendas
E sua prática imoral
A pecuária se destaca
Como atividade principal

Já saíram tantas listas
Muitos problemas resolvidos
Os mesmos nomes se repetem
Como se nada tivesse acontecido
Perceberam a ousadia
È igual à polícia e o bandido

Os incansáveis grupos móveis
Tem um trabalho relevante
Cumprem tudo ao pé da letra
Esse trabalho estressante
Depois de cumprido o seu trabalho
Tudo volta como antes


Faço questão de registrar
Esse trabalho relevante
Depois que tudo é analisado
A luta torna-se incessante
Juntamente com os auditores
Vão direto ao flagrante

Tudo é muito sigiloso
Nada pode dar errado
Ninguém pode saber de nada
O dia e o horário marcado
É a sua melhor tática
Por isso que o grupo é respeitado

Quando chegam à fazenda
Onde o crime foi autuado
Juntamente com a polícia
Corre gente para todo lado
Agora não tem mais desculpa
Todos vão ser libertados

A primeira coisa que encontram
Quando chegam ao local
Arma de todos os calibres
Um verdadeiro arsenal
E o gerente ainda tem desculpas
Na maior cara de pau

Logo chega o advogado
Em defesa do patrão
Pra mim é o maior absurdo
Ter que ouvir esse cidadão
Defender quem está errado
Escolheu mal sua profissão

O fazendeiro longe dali
Talvez esteja viajando
Gastando suas fortunas
E inocentes estão pagando
Logo mais é informado
De tudo que esta se passando

É reunido todo mundo
De um a um vão conversando
Escutam suas histórias
E seus direitos vão pagando
A lei obriga pagar na hora
Pelo seu ato desumano


Você fica indignado
Com a situação do momento
Pessoas que não sabem assinar o nome
Nem lembra a data de nascimento
Tira sua primeira foto
Pra fazer um documento

É angustiante quando se vê
A fisionomia do trabalhador
As mãos tão calejadas
No semblante tristeza e dor
Fazendo uma simples comparação
É igual a filme de terror

Tudo é pago dentro da lei
Com o maior rigor e respeito
É o dia mais importante
Reconhecido o seu direito
Agora é só alegria
E felicidade no peito

Todo mundo se prepara
Para o feliz retorno
Que alegria voltar para casa
Com liberdade e sem transtorno
Pra traz não fica nem saudade
Chega de pedir socorro

De agora em diante tem que ter
Um cuidado especial
O dinheiro acaba logo
E tudo volta ao normal
Se ele não tiver saída
Vai cair no mesmo mal

Quando alguém é autuado
Por esta fiscalização
E a mão-de-obra é escrava
Vejam só a situação
O infrator responde por duas esferas
Vou explicar preste a tensão

Para entender bem a justiça
Só quem já é velho na lida
A estadual ou a federal
Qual das duas é a melhor de briga
O fazendeiro às vezes por muita influência
 Empurra ela com a barriga


A justiça do trabalho
Determina multa, pagamento e indenização.
Porém não tem competência para julgar crimes
E nem condenar ninguém à prisão
Desta forma quem sai lucrando
É o dono da exploração
 
A Estadual e a Federal podem analisar os atos
Considerados criminosos pelo código penal
Só que em tese a responsabilidade
É da justiça estadual
A mesma diz que a responsável
É justiça federal

Estadual ou Federal?
Quem será que está ganhando
É difícil mesmo entender a justiça
E muita gente está pagando
Os empresários do meio rural
Com certeza estão adorando

Como a justiça é muito lenta
Não sou eu que estou dizendo
È só comparar os fatos
Veja como está ocorrendo
Processos amarelam nos tribunais
E inocentes estão morrendo

Apesar de tudo que foi feito
Grande ainda são as dificuldades
Sabemos que a justiça é lenta
Longe é o fim da impunidade
Seja na mudança da legislação
Ou na competência das autoridades

O que reza o código penal
Diante desta situação
Será que fica só no papel
A história de escravidão
Tudo terminará em pizza
Ou vai alguém para a prisão?

Assim diz o código penal
Diante da grave situação
Reduzir alguém à condição análoga
Submetido à escravidão
Reclusão de 2 a 8 anos
E multa pela exploração
 

Prender alguém no local de trabalho
E tê-lo seu documento em mão
Tratando-o a pão e água
Preso como se fosse um ladrão
A pena também é a mesma
Não existe apelação

A pena aumenta pela metade
Se o crime é contra criança
Por preconceito de raça ou cor
Também não existe mudança
A lei é justa e claríssima
Com ela não tem lambança
 
Furtar mediante fraude
Violentar o direito assegurado
Detenção de 1 a 2 anos
É mais um crime deflagrado
Paga a pena pela violência cometida
A qual você foi enquadrado

Obrigar a usar mercadoria
De um estabelecimento
Impedindo o vínculo do serviço
Mediante o endividamento
Pagará da mesma forma
Sem direito a questionamento

Aliciar trabalhadores
A qualquer parte do território nacional
Você terá prejuízo
Veja o desfecho final
Multa e pena de 1 a 3 anos
Além do desgaste moral

Impedir que alguém se desligue do trabalho
Por meio da retenção dos seus documentos pessoais
É coisa mais absurda
Isso é humilhação demais
Ao fazendeiro vale tudo
Em defesa dos animais

E se sumir com o trabalhador
E ele nunca mais voltar
Terás uma dor de cabeça
Que remédio nenhum vai curar
Ficarás tão sujo com a lei
E não saberás o preço que vai pagar

E se a vítima for menor de idade
E se ter deficiência mental
A pena será aumentada
De um sexto a um terço do normal
Grande será seu lamento
Maior ainda é o emocional

Vinculado ao ministério do trabalho
Representa uma saída
Prestação de inúmeros serviços
Um projeto nobre na sua vida
Ela previne a escravidão
E sua liberdade está garantida

Prepare bem o seu projeto
Faça do jeito que você gosta
Ela possui um telefone
Pra receber a sua proposta
Pode ficar bem à vontade
Não precisa fazer aposta

Veja que facilidade
Logo na primeira vez
Use um site ou telefone
Seja breve não demore um mês
Com o aparelho na mão ligue
0XX (61) 3317-6533

Mostrarei agora uma saída
Para essa grande questão
É a economia solidária
Vamos por partes então
Ela reza três princípios
Vejamos sua atuação

Cooperação, autogestão e solidariedade
Na economia solidária
Seu sonho vira realidade
Nela você vai encontrar
Tudo que for precisar
Sinta-se então à vontade

Seja você um grande parceiro
Entre na luta pra somar
Aqui você não perde nada
Não tenha vergonha de lutar
Só as grandes parcerias
Tem mais chances de ganhar


Muitos órgãos do governo
Dedicam-se a esta formação
Acompanhamentos de empreendimentos
Tudo com autogestão
Diversos cursos e palestras
E noções de administração

Considere uma saída
Cooperativa organizada
Prestação de serviços
Da maneira que lhe agrada
Sendo assim dessa maneira
Sua vida dá uma melhorada

Trabalho escravo contemporâneo
E trabalho escravo colonial
Veremos agora as diferenças
Desde o decreto final
Assinada pela princesa Isabel
Que veio de Portugal

Antigamente a escravidão
Era legal e liberada
O escravo era propriedade
Ninguém então falava nada
O dono fazia o que bem entendia
Como as ferramentas que ele usava

O escravo de certa forma
Pelo seu dono era cuidado
A riqueza era medida
Pela quantidade de escravos
Era um negócio lucrativo
Com hoje se faz com o gado

A mão de obra era escassa
Dependia do tráfico negreiro
Era um negócio tão lucrativo
Um escravo valia muito dinheiro
Eles vinham de muito longe
A África era o grande celeiro

As diferenças étnicas eram
Relevante para a escravização
Os mais cotados tinham critérios
As escolhas não eram em vão
O aspecto físico era o primeiro
Na escolha do melhor negrão


E na nova escravidão
Falo nos dias atuais
Qual será o requisito
Na escolha do melhor rapaz
Será que há relevância
Ou isso não existe mais?

O custo de aquisição é baixo
Se gasta apenas o transporte
O lucro com o serviço alto
Se adoecer já conta com a morte
Se escapar um dia dele
Vão dizer que teve sorte

O Trabalho escravo hoje
É mais vantajoso do que o antigo
Assim dizem os especialistas
Oferecem menos perigo
A lei existe para todos
Os mais pobres levam o castigo

Eu não estou aqui concordando
Repúdio com firmeza
Sabemos que o dinheiro
Sempre fez a realeza
Está na pior traição
E nas viradas de mesa

A mão-de-obra é descartável
Vale menos que os animais
Como há muito desempregados
Vida boa é a do capataz
Que leva um trabalhador pra fazenda
Por menos de cinqüenta reais

O relacionamento é por curto período
Terminando o serviço não precisam dele mais
Ele se sente abandonado
Não sabe mais o que faz
Na maioria dos casos
É morto pelo capataz

Hoje pra ser escravo
Não há aspecto relevante
Não importa a cor da pele
Nada é igual a antes
Basta ser pobre e miserável
Ou ter algo mais agravante


O pior de tudo são essas pessoas
Que aproveitam da situação
Levando muitas famílias
Ao berço da marginalização
Trabalhando em condições subumanas
No regime de escravidão

Na manutenção da ordem
É tudo igualzinho ao passado
Violências psicológicas
Nada ficou de lado
Coerções físicas e punições
E tiro pra todo lado

Vejamos agora que direitos
O trabalhador é desrespeitado
Nunca assinam a carteira
Não há direito assegurado
Como então vai receber
No dia que for destratado

Não tem dia certo para o acerto
Veja o abuso mais uma vez
A lei é muito claríssima
Quinto dia útil do mês
O trabalhador de novo é lesado
O patrão esquece o que fez

Liberdade total no local de trabalho
No trabalho escravo isso é piada
O pobre do trabalhador
Sofre mais não fala nada
Se ele ousar em reclamar
Serve de saco de pancada

Não pode haver violência
Prepotência ou coerção
Sabemos que lá no meio do mato
Tem foice faca e facão
Ao capataz da fazenda
Armas e muita munição

É obrigatório por lei
Uma folga semanal
Preferencialmente aos domingos
Na cidade é natural
E quem não tem noção nem do dia
No meio do matagal


Não pode passar de 8 horas
Durante o dia essa é a jornada
Por semanas são 44 horas
Legalmente trabalhadas
O pobre lá no meio do mato
Começa o dia de madrugada

De 11 horas é o mínimo
De intervalo de uma jornada
O coitado do trabalhador
Quanto a isso não sabe de nada
Entra de noite sai de noite
É uma vida desenfreada

A hora extra depende de concordância
Escrita do empregado
Num local onde o papel
Pra outra coisa é usado
Mais uma vez isso demonstra
O direito desrespeitado

Apenas 25 por cento
Do salário pode ser descontado
Caso seja expressamente
Pelo empregado autorizado
Ao contrário de tudo isso
No trabalho escravo é retirado

O patrão tem obrigação
De dar comida farta e sadia
Já no trabalho escravo  
O pior é a moradia
Vivendo em barracão de lona
E de barriga vazia

Se o trabalho e no preparo do solo
Na colheita nada deve ser descontado
O trabalhador tem que ter conforto
A lei está do seu lado
Se caso precise de um transporte
Deve está assegurado

Os empregados não podem ser induzidos
A comprar em nenhum lugar
Seja cantina ou armazéns
Com o objetivo de lucrar
O patrão tem que dar um jeito
Do empregado se alimentar


Todo equipamento é de graça
Ou seja, não deve pagar nada
O patrão tem quer zelar
Do empregado ou empregada
A vida é muito valiosa
E não pode ser prejudicada

E agora o alojamento
Todo cuidado e atenção
Entre homens e mulheres
Tem que haver separação
A rede elétrica segura
Com ótima iluminação

A água tem que ser potável
Nada de água do riacho
Higiene é fundamental
Se você acha eu também acho
Afinal o ser humano
Não é igual aos animais do pasto

E os banheiros, esses também
O cuidado é redobrado
Não pode ser de qualquer jeito
Somente na frente tampado
Tem que ser limpo todo dia
Ter conforto e ventilado

E no final de cada safra
Tem direito assegurado
Pagar todos os direitos
No qual foram acumulados
Que não fique nem um centavo
Tudo é bem organizado

Vou relatar agora um pouquinho
Da escravidão infantil
Que existe em muitos países
Que não conhece mais já ouviu
Dentre vários em destaque
Está o nosso Brasil

Historicamente a mão-de-obra infantil
Foi feita na zona rural
Em carvoarias e grande lavouras
Prejudicando a saúde, física e mental
A maioria menos de 14 anos
Segundo a pesquisa nacional


Os meninos em atividades pesadas
Sem direito e proteção
Criança se tornando adulto
Existe outra pior judiação?
Já as meninas o caso é mais drástico
Serviços domésticos e prostituição

Além da miséria e do desemprego
Que atinge a maioria da população
Sem falar no grande fenômeno
Que se chama terceirização
Faz o trabalhador se tornar autônomo
Usando a mulher e os filhos na produção

Querendo ou não, não há saída
A fome fala mais forte
Na casa onde á muitos filhos
Ninguém acredita na sorte
Ou entra todos na escravidão
Do que se envolver com roubo ou morte

Foi na década de 80
Que o caso foi dado mais atenção
O governo se preocupou
Com o futuro dessa nação
Calculavam mais de 9 milhões
Vivendo na escravidão

Em 96 finalmente
Criou-se um programa de erradicação
Atendendo milhares de crianças
Melhorando de vez a situação
Hoje mais de 800 mil
Desde que estejam na educação

Sendo bem claro na escola
Pois é lá que é o seu lugar
Dando apoio a famílias carentes
Que os filhos não podem estudar
A maioria vai sem merenda
Porque em casa às vezes não há

A sociedade civil
Também vem se mobilizando
Empresas de diversos setores
Aos poucos vem ajudando
Por esta causa tão nobre
O país é quem sai ganhando


Eu aqui fico pensando
Nascemos um dia para viver
Vivendo em plena liberdade
O primeiro direito é o de nascer
E sem ter oportunidades
Eu nunca vi ninguém crescer

Vou falar de outro assunto
Que para mim e pertinente
Pois dentro deste contexto
Sempre está envolvendo gente
São as conseqüências que ele traz
Pra dentro do meio ambiente

Trabalho escravo e meio ambiente
Existe ou não uma ligação
Um depende do outro
Dependendo da ação
Esta prática explorativa
É o grande xis da questão  

Um exemplo simples é a Amazônia
A região que há muito tempo eu moro
A exploração desenfreada
Dos rios florestas e o solo
Que pode levar o mundo ao colapso
Pensando nisso às vezes eu choro

Todos sabemos que as queimadas
Leva o solo a desertificação
Quanto maior a área desse solo improdutivo
Menos espaço para o cultivo da alimentação
Enquanto a maioria perde tudo
Alguém se beneficia da situação

Existem leis ambientais
Que explica detalhado
Todo tipo de manejo
Lavoura e criação de gado
Só que o grande infrator
Faz-se de desavisado

As árvores são repositórios naturais
Do oxigênio que tanto precisamos
Sua derrubada desequilibra tudo
Aos poucos vai acabar nos matando
Quem faz essa prática sabe tudo
Mas, o dinheiro é quem está no comando


Com o aumento do gás carbônico
O feito estufa é o grande vilão
Com o aquecimento do planeta
Tornando-se um vulcão
Começando por onde é mais gelado
Depois quem paga é a população

Os países mais ricos do planeta
Dão sua contribuição
Alguns tomam medidas severas
Preocupados com a poluição
Pois essa luta é de todos
Tem algum que possa dizer não?

Com o aumento da temperatura
Tudo derrete além do normal
A natureza se revolta
Tudo isso é natural
Quem destrói já deve saber
Pra que fazer tanto mal?

Veja só que na natureza
Tudo está interligado
Há um equilíbrio homogêneo
Um ecossistema organizado
Qualquer intervenção pequena
Há conseqüências pra todo lado

No caso da Amazônia
Que o mundo já tem conhecimento
Um ecossistema riquíssimo
É o assunto do momento
Flora e fauna em harmonia
Pra que desflorestamento?

Tanta coisa natural
Espécie ainda desconhecida
Considerada o pulmão do mundo
Por abrigar tantas vidas
E ainda querem acabar com tudo isto
Com esta prática suicida

Agora se tornou urgente
O mundo pede ajuda
A natureza não agüenta mais
Tudo foi feito e nada muda
Do que adianta está no papel
Se na prática ninguém cuida


O mundo já sofre conseqüências
Dessa triste degradação
Em primeiro lugar o desmatamento
Sem falar na poluição
Mais antes tivesse tudo isto
Sem haver a escravidão

Quero deixar bem claro
Entenda minha ponderação
Sou contra tudo que nos ameaça
Até do preço do feijão
Pode está fora do contexto
Mais esta é minha refeição

Há uma grande relação
Entre o trabalho escravo e o desmatamento
Quando um trabalhador é flagrado
Dentro de um estabelecimento
Percebem-se trilhas nas matas
E muitos equipamentos

As estatísticas são bem claras
Dentro desse relacionamento
Na propriedade de maior plantação
O trabalho escravo está lá dentro
A pecuária se destaca
E lidera o desmatamento
  
Infelizmente na Amazônia
O tombo é grande e diário
Destruição sem limites
Nunca faltam operários
Tudo isso pra dar lugar
Aos negócios agropecuários

No relatório publicado
Pelo banco mundial
A pecuária se destaca
A agravante principal
Criação de gado bovino
O desmatamento e desigual

O lucro deste comércio
E maior do que o centro-sul do país
Por desrespeitar a tudo
A natureza é quem diz
Dentro das quatros estações
O Fazendeiro é feliz


Agora eu pergunto quem consome
A nata da exploração?
E já respondo o próprio mercado interno
Essa vergonhosa extração
Pouco dela é exportada
Esse é o preço da escravidão

O comércio internacional
Com isso não colabora
Produto sem fiscalização
Eles rejeitam na hora
Compram alguns derivados
Ninguém quer pisar na bola

Vejamos o que é feito
Com toda a madeira da exploração
Vira andaime e forma para concreto
Virando estrutura para telhado de casarão
Também serve para casas pré-fabricadas
O resto vira peças de decoração

Para prevenir que mais pessoas
Não caiam na escravidão
Comece criando duas frentes
Ai na sua região
Uma de posto de trabalho
Outra de informação

Se for criado então condições
Pra que ele possa trabalhar
Garantindo-lhe vida digna
Com certeza vai melhorar
E quando todos perceberem
Um dia vai acabar

A segunda frente então
Ganha importância crucial
Uma campanha de informações
Tornando-se fundamental
Assim o peão vai saber
Onde o trabalho é anormal

Aprende tudo sobre gatos
Como é o aliciamento
Que instituição deve recorrer
E tudo sobre documento
E inda pode impedir
Essa vergonha do momento


Ter conhecimento é importante
Acabam-se as perturbações
Tornando-se um novo agente
Enfrentando essas humilhações
Livrando do trabalho escravo
As futuras gerações

Mas enquanto a pobreza não for vencida
Muito ainda se tem a fazer
Efetivar políticas públicas
O país só tem a crescer
Se continuar do jeito que está
Não há caminho a percorrer

Seja qual for sua atitude
Diante desta situação
Ligando e denunciando
Esta forma de escravidão
Se não gostou eu só lamento
Esta é minha sugestão

Para mim a maior tristeza
Depois da corrupção
E ver fazendeiros e gatos
Aproveitando da situação
Abusando dos trabalhadores
Pela falta de opção

A pior coisa do mundo
E não saber ler e escrever
Tornando-se é vítima de tudo
Todos querem ferrar você
Como se fosse mudo e cego
Vivendo só por viver

Ainda tem coisa mais irritante
Que todos nós podemos ver
A televisão já mostrou
Estamos cansados de saber
Quem já viu um fazendeiro preso
Ou nunca vai acontecer

Denúncias é o que não falta
Sempre a mesma situação
Pessoas são presas e libertadas
O infrator não foi pra prisão
Juizes estão analisando
O caso não tem solução


Não espere só pela justiça
Deixe também seu recado
Faça algo positivo
Não deixe o telefone de lado
Qualquer informação sua
Já é um bom resultado

Você ai na sua cidade 
Faça algo de bom proveito
Reúna as autoridades
Juntamente com o prefeito
Estenda a sua bandeira
Vista a sua camisa com esse nome no peito

Reúna ai na sua escola
Crie um grande projeto
Faça com que os alunos
Vivencie isso de perto
No pátio um grande mural
Deixe o espaço aberto

A escola é um grande veículo
Quando é mobilizada
Ela faz legitimar
E pra verdade não se cala
Só precisa do primeiro passo
Logo na primeira sala

Caso não queira aparecer
Com medo de repressão
Procure uma CPT
Da cidade ou região
Chegue e se sinta em casa
Conte toda a situação

Vou falar da minha cidade
Que também há escravidão
Fica no sul do Pará
Que já foi palco de destruição
Onde a questão agrária
Tem sua representação

Xinguara é seu belo nome
Está em desenvolvimento
Que também está na lista
Das campeãs em desmatamento
Ficando em segundo lugar
Para meu descontentamento


Em primeiro está São Félix
Em terceiro Marabá
Tenho certeza que estas cidades
Todos já ouviram falar
Água Azul e Cumaru do Norte
Todas no estado do Pará

Infelizmente estes títulos
Para mim é desastroso
Você liderar numa lista
Onde o medo é assombroso
Sinto certa vergonha
Mas sou um pouco corajoso

Mais nem tudo aqui é só tristeza
Muito já tem sido feito
Temos uma CPT
Que defende nossos direitos
Melhor ainda é ter competência
E a ajuda do prefeito

O trabalho escravo tem que acabar
Ser humano nenhum agüenta
Vou fazer meu último apelo
Neste país que já é penta
Esse é numero local
Ligue (94) 3426-1790

Farei agora uma saudação
Relembrar de quem merece
Muito que por essa causa
Ninguém jamais se esquece
Pessoas de coragem e fé
Que o mundo inteiro agradece

Não quero lembrar da morte
Nem falar de despedida
Falo de um sentimento nobre
Que quando acaba deixa ferida
Como Deus que deu o seu filho
Em troca de nossas vidas

Morrer por uma causa nobre 
Não é pra qualquer cristão
Cristo morreu pra nos salvar
E muitos por um pedaço de chão
Alguns pela questão ambiental
Outros por pura devoção


Chico Mendes é o primeiro
O mundo inteiro conhece
A sua história de vida
O meu cordel enaltece
Defendia o maior patrimônio
De uma grandeza celeste

Padre Josimo no maranhão
Também é um exemplo de vida
Sem medo de repressão
E por sua terra tão querida
Brutalmente assassinado
Sua história nunca foi esquecida

Irmã Dorothy em Anapu
É o caso mais recente
Assassinada a sangue frio
De forma covardemente
A mando de um fazendeiro
Por defender inocentes     

Os 19 sem-terra em Eldorado
Visto pela televisão
Mais um grande descaso
Gerando medo à população
O mundo inteiro conheceu
Quem está com a razão?

Expedito Ribeiro e João Canuto
Mais dois homens de coragem
Enfrentou gente poderosa
Sem ter medo da viagem
Depois de tudo que aconteceu
Ainda é grande a pistolagem

Agora eu vou terminar
Fazendo minha saudação
Por todos aqueles que lutam
Por esta causa com dedicação
A CPT da minha cidade
Que meu deu muita informação

A todos os procuradores
Que fazem a lei acontecer
A polícia federal
Que muito ainda vai fazer
Aqueles que usam o telefone
Mas não querem aparecer


A minha esposa e família
Que me incentivou a escrever
Aos meus colegas de profissão
Que me ajudaram a vencer
E as crianças que estão informadas
Que um dia também vão fazer

A ONG Repórter Brasil
Caju o meu grande amigo
Frei Henry da CPT local
Pessoas que enfrentam o perigo
Por uma causa tão nobre
E quase não são reconhecidos

A todos os grupos móveis
De toda parte do país
Pessoas como vocês
O trabalho prestado é quem diz
São os anjos que não tem asa
Deixando o trabalhador feliz

A todos que enfrenta com garra
Quando se trata de exploração
Muitos por serem solidários
Sem nenhuma remuneração
A todos vocês eu agradeço 
Do fundo do meu coração

Tudo que é feito é por amor
No sentido de ajudar
Quem nunca precisou de ajuda
Tem muita força pra lutar
Solidários e voluntários
Podemos comemorar

Meu sonho nunca se acabará
Mesmo que acabe a escravidão   
A luta não terá fim
Que fale a voz da razão
Venha se juntar a nós
Seja mais um na multidão

Autor:
MOACÍ DA CONCEIÇÃO SILVA
Professor da Escola Municipal   Jair Ribeiro Campos.
Pedagogo pela Universidade Norte do Paraná. (UNOPAR).